A inflação fechou o ano de 2021 em 10,06%, a maior alta em seis anos e bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central (3,75%). O resultado foi também acima do esperado: analistas de mercado estimavam 9,99%, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo BC. Para 2022, a projeção do Focus é que a inflação encerre o ano em 5,03%, acima do teto da meta.
Segundo reportagem de O Globo, os principais vilões da inflação foram energia elétrica, combustíveis e alimentos. O mês de dezembro, porém, foi marcado por uma desaceleração no indicador, sobretudo dos preços dos combustíveis.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou três fatores para o descumprimento da meta: elevação do preço de commodities, tarifa mais cara de energia elétrica e impacto nas cadeias produtivas globais. O risco fiscal, tema central no debate sobre a política econômica do governo em 2021, não foi abordado em carta enviada ao Ministério da Economia.
A alta dos preços se transformou em um fenômeno mundial durante a pandemia. O Brasil, no entanto, registrou a terceira maior inflação entre os países do G-20.
Os brasileiros devem continuar sentindo o peso da economia estagnada, com desemprego ainda elevado, e pagando caro pelos alimentos ao longo de 2022, afirma Luiz Roberto Cunha, do departamento de Economia da PUC-Rio.